quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Te Deum- Graças vos dou












Foto de baixo: parte do grupo coral na ermida dos Anjos mandada construir, diz a tradição, por Cristovão Colombo em acção de graças por ter sobrevivido a uma tempestade ao ter-se abrigado na baía da Cré
Foto de cima: Cerimónia em honra da Nossa Senhora dos Anjos
Algumas das pessoas que me conhecem sabem que "desafino" no coral da minha paróquia (a minha paróquia continua a ser a da ilha que amo embora participe todos os Domingos nas Eucaristias de uma das três possíveis e me tenha colocado à disposição do Padre Ricardo), em estando cá não falho ensaios e lá me junto aos outros nas Eucaristias dominicais e festivas. Cânticos há que me emocionam e o Te Deum que cantamos uma vez por ano na Missa de Fim de ano é um deles. "A ti Senhor louvamos e afirmamos que só Tu és o Senhor...Salva Senhor o Teu povo e abençoa a Tua herança". É o cântico que tenho aqui na entrada do TeoLugar numa versão diferente da que cantamos, mas o poema é o mesmo. Tenho a tradução algures, já q o cantamos em latim (acho que com alguns "pontapés na gramatica", como diria o meu Pai), mas não encontro e como gosto de outros cânticos de louvor e graças deixo-vos um deles




Senhor, Graças Vos dou




1. Senhor, graças Vos dou por toda a luz.
Graças Vos dou por todo o amor.
Pelo céu, pela terra mil graças Vou dou, Senhor.

2. Senhor, graças pelo calor do sol,
Graças pelo fragor do mar;
Pela neve do monte onde o vento passa a cantar.

3. Senhor, graças pelo trigo a crescer.
Graças pela vida a nascer.~.
Graças pelo que a minha alma sente e Vos quer dizer.

4. Senhor, graças por esta refeição.
Por este Vinho e este Pão.
E por todos os homens de quem nós somos irmãos.

5. Senhor, graças por este belo dia !
Vamos viver como cristãos
Ajudai-nos a amar-vos e a todos como irmãos


Desconheço o autor

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Ser bom Católico- mais inquietações

Não é permitida a reprodução desta imagem sem autorização da autora: Ana Loura



"...uma familia bonita que passa agora uma grande tormenta... como bons católicos não usavam contraceptivos e este ultimo que nasceu a semana passada é já o quinto e o ultimo, dado que a gravidez era de elevado risco e a mãe acabou por não sobreviver ao parto por sesariana..."




As minhas palavras em alturas destas parecem-me sempre vazias... mas há sempre um misto de piedade, compaixão e revolta. Ser bom Católico (Bom? Católico) é não fazer contracepção? É arriscar a vida de uma Mãe? Foi a vontade do Pai? Pai ajuda-me a entender


Abraços fraternos

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Maria


Fotos da imagem da Padroeira de Vila do Porto (autora: Ana Loura)

Hoje meditei nos Dogmas de Maria e não cheguei a grandes conclusões
Porquê gerada de forma diferente? Sem pecado original
Porquê ter gerado e parido Jesus e sempre virgem?
Porquê assunta ao Céu em corpo (carne e osso) e alma?
Quero ajuda, preciso de ajuda, quero entender.
Seria Jesus menos Deus se os dogmas não existissem? Maria menos amada, menos venerada? Acho que a nossa Igreja a "fez" quase um ser Divino, a colocou quase em pé de igualdade com seu Filho e Deus, afastando-a da nossa humanidade fazendo parecer que a nossa humanidade é pecado.
Quero amar Maria Mãe de Deus, mas não posso dizer que sou toda dela, que a Maria me consagro pois a Ele toda me quero dar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

"Quero Ver Jesus"

Sicómero

Este pequenino texto foi escrito em 05 de Abril de 2004



"Quero Ver Jesus"
Realizou-se, ontem, no hangar do Aeroporto a Missa de Domingo de Ramos em que a Igreja Católica comemora o Dia Mundial da Juventude. O título da mensagem que o Santo Padre escreveu para este dia é "Quero ver Jesus".


Ver Jesus onde? Como? E será que O quero mesmo ver?
Ver Jesus no outro que sofre, no outro que precisa, e que está mesmo aqui ao lado, na minha rua, no meu bairro, na minha ilha. Mas geralmente nós só vemos os nossos problemas e valorizamo-los de tal forma que só eles existem, somos os mais infelizes, os mais carenciados e os outros não existem para além do horizonte do nosso umbigo e hipocritamente olhamos como quem não quer ver, sorrimos e passamos adiante. Lembra-me uma canção do meu tempo de juventude, dizia o cantor qualquer coisa como isto: ..."Você quando vê um mendigo cospe no chão mas se alguém o olha estende-lhe a mão, é um homem feliz. Feliz como os bois o são nos currais e são tão felizes os animais"...Somos felizes ignorando a miséria, a dor alheia. Ignorando, não, fazendo de conta que não a vemos.


Falou-se na Missa sobre este tema, os jovens e os restantes presentes aplaudiram estrondosamente, mas...será que o que ouvimos provocará uma mudança da nossa atitude? Será que as escamas que nos cegam caíram e reconheceremos no que precisa, nem que seja do nosso respeito, de uma palavra, do muito que resta da nossa fartura, para não falar do que nos faz falta, o rosto de Jesus? Ou será que continuaremos na nossa vidinha do costume e as palavras que ouvimos não passaram de palavras lançadas ao vento e que caíram em saco roto?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

"A linguagem de Deus"






Fotos retiradas da net

De Frei Bento, claro
Guerra e paz entre ciência e religião-Bento Domingues O.P.

É possível evitar a agressão e a ignorância recíprocas entre ciência e religião

1."Uma das grandes tragédias do nosso tempo é a impressão que se criou de que ciência e religião devem estar em guerra." Esta estridente afirmação parece recortada da literatura apocalíptica. Pertence, no entanto, a Francis S. Collins, físico, médico geneticista e director do National Human Genome Research Institute (NIH), autor de um tecido de paz entre ciência, religião e ética, num livro muito belo para umas férias de sabedoria (1).

Hoje, toda a gente sabe que o genoma humano é composto por todo o ADN da nossa espécie, o código hereditário da vida. Esse texto, recentemente revelado, tinha mais de três mil milhões de letras e estava escrito num código estranho e criptográfico de quatro letras. A surpreendente complexidade da informação contida em cada célula do corpo humano é tal que uma leitura efectiva desse código, ao ritmo de uma letra por segundo, levaria trinta e um anos, ainda que se realizasse dia e noite sem parar.

A impressão desses caracteres em papel comum, num tipo de letra normal com tamanho regular, e a junção de todas as folhas resultariam numa torre com a altura do monumento a Washington.

Quem o diz é o mesmo Francis S. Collins, responsável pelo Projecto do Genoma Humano a nível internacional, que, durante mais de uma década, se esforçara por revelar essa sequência de ADN, coordenando mais de dois mil cientistas que conseguiram esse feito notável. No seu entender, será encarado, daqui a mil anos, como uma das maiores realizações da humanidade.

2. O que terá a religião a ver com isto? Aparentemente, nada. No entanto, Collins, que trabalhou com o redactor do discurso pronunciado por Bill Clinton, a 26 de Junho de 2000, para "anunciar a conclusão do primeiro esboço de um manual de instruções para seres humanos", defendeu energicamente a inclusão do seguinte parágrafo: "Hoje em dia, estamos a aprender a linguagem na qual Deus criou a vida. Sentimos uma reverência cada vez maior pela complexidade, pela beleza e pelo prodígio da dádiva mais divina e sagrada de Deus."

Quando coube ao cientista a vez de proferir algumas palavras, assumiu explicitamente esse sentimento: "É um dia feliz para o mundo. A percepção de que vislumbramos, pela primeira vez, o nosso manual de instruções, anteriormente só conhecido de Deus, torna-me humilde e inspira-me reverência."

Ao anunciar um marco nas áreas da biologia e da medicina, não será um abuso esta invocação? Não serão antitéticas as concepções científicas e espirituais do mundo? Não deveriam, Bill Clinton e o cientista, ter evitado que elas aparecessem juntas?

A resposta de Francis Collins é simples: "Para mim, a experiência de sequenciar o genoma humano e de revelar o mais notável de todos os textos constituiu um feito científico espantoso e, simultaneamente, uma ocasião de culto."

3. Divulgou-se a ideia de que um cientista rigoroso não pode, ao mesmo tempo, acreditar seriamente num Deus transcendente. O director do NIH escreveu uma obra para mostrar que a crença em Deus pode ser uma escolha inteiramente racional e que os princípios da fé complementam, de facto, os princípios da ciência.

Sabe que são muitas as pessoas que julgam isso impossível. No entanto, as sondagens confirmam que 93 por cento dos norte-americanos professam algum tipo de crença em Deus. E entre os cientistas? Neste momento, é mais prevalecente do que se imagina.

Em 1916, investigadores perguntaram a biólogos, físicos e matemáticos se acreditavam num Deus que comunica activamente com a humanidade. Cerca de 40 por cento responderam afirmativamente. Em 1997, a pesquisa foi repetida na íntegra e, para surpresa dos investigadores, a percentagem mantinha-se praticamente igual.

Deste resultado, Collins não concluiu que a "batalha" entre ciência e religião não esteja ferozmente polarizada. Ao lançar o descrédito sobre as crenças espirituais de 40 por cento dos seus colegas, considerando-as pieguices absurdas, o proeminente evolucionista Richard Dawkins, por exemplo, destacou-se como principal porta-voz do ponto de vista segundo o qual uma crença na evolução implica o ateísmo.

Por outro lado, alguns fundamentalistas religiosos atacam a ciência, considerando-a perigosa e indigna de confiança, apontando para uma interpretação literal dos textos sagrados como único meio fidedigno de discernir a verdade científica. Um dirigente do movimento criacionista, H. R. Morris, afirmou: "Quando a ciência e a Bíblia diferem, é porque a ciência, obviamente, se enganou a interpretar os seus dados." Para o biólogo Stephen Jay Gould, ciência e fé deviam ocupar "magistérios" não sobrepostos, separados.

F. S. Collins, convertido aos 27 anos, com o seu livro, A Linguagem de Deus, vem abrir corredores de paz: nem confusão, nem agressão mútua entre ciência e religião, nem ignorância recíproca. Ele sente-se bem ao ser um cientista rigoroso e ao pegar na viola para cantar a alegria da fé. Boas férias e até Setembro.

(I) Francis. S. Collins, A Linguagem de Deus, Lisboa, Presença, 2007.

In jornal Público

"A linguagem de Deus
A linguagem de Deus de Francis S. Collins da Editorial Presença
Como surgiu o universo? Qual o significado da existência humana? Eis algumas das questões que desde há muito inquietam a nossa mente. Na tentativa de encontrar respostas satisfatórias, religião e ciência têm-se degladiado numa batalha que as coloca em posições antagónicas e que é para Francis Collins, o autor deste livro, absolutamente insensata.
Na sua perspectiva de cientista altamente rigoroso e de crente honesto, Collins defende a complementaridade das concepções científica e espiritual como sendo a via mais equilibrada para desvendar o mistério da vida e do universo. E é justamente aí que reside o objectivo desta obra – explorar essa via de integração privilegiada com toda a seriedade intelectual. Uma leitura imprescindível para todos os crentes, agnósticos e ateus que se interrogam sobre as questões fundamentais da existência e desejam aprofundar a sua reflexão sobre elas."

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mêdo


Foto da autoria de Paulo César, Mil Imagens



Imagem da autoria de Rui Vale de Sousa - Mil imagens. Título: Mêdo


Difícil, quase impossível abraçar quando o outro vira costas e foge...estou angustiada e triste...os meus passos não são suficientemente largos para o alcançar e não posso correr correndo o risco de parecer perseguir...Pai, ajuda-me a não perder os que nos confiaste





Amen